Revista Espírita 1860 - Abril de 1860
(Sociedade – Médium: Sra. de Boyer)
Meu nome é Micaël. Sou um dos Espíritos prepostos à guarda das crianças. Que doce missão! E que felicidade proporciona à alma! Perguntais se me refiro à guarda das crianças? Mas não têm suas mães, anjos bons prepostos a essa guarda? E por que ainda é necessário um Espírito para delas se ocupar? Então não pensais nas que não têm mais essa boa mãe? Infelizmente não as há, e muitas? E não terá a própria mãe necessidade de ajuda
algumas vezes? Quem a desperta em meio ao seu primeiro sono? Quem a faz pressentir o perigo? Quem cogita em aliviá-la, quando o mal é grave? Nós, sempre nós; que desviamos a criança travessa do precipício para onde corre; que dela desviamos os animais nocivos e afastamos o fogo que poderia misturar-se aos seus cabelos louros. Nossa missão é suave! Somos ainda nós que lhes inspiramos a compaixão pelo pobre, a doçura, a bondade; nenhuma criança, mesmo das piores, poderia nos irritar. Há sempre um instante em que seu coraçãozinho nos fica aberto. Alguns de vós se
espantarão desta missão. Mas não dizeis freqüentemente: há um Deus para as crianças? sobretudo para as crianças pobres? Não, não
há um Deus, mas anjos, amigos. E como poderíeis explicar de outro modo essas salvações miraculosas? Existem ainda muitos
outros poderes, cuja existência nem mesmo suspeitais. Há o Espírito das flores, dos perfumes; há milhares, cujas missões, mais
ou menos elevadas, vos pareceriam deliciosas e invejáveis, após vossa dura vida de provas. Eu os exortarei a virem ao vosso meio. Neste momento sou recompensada por uma vida inteiramente devotada às crianças. Casada jovem, com um homem que possuía vários filhos, não tive a felicidade de os ter de mim mesma. Completamente devotada a elas, Deus, o bom e soberano Senhor, concedeu-me ser ainda guarda das crianças. Doce e santa missão!
eu o repito, cuja influência as mães aqui presentes não poderiam negar. Adeus, vou à cabeceira dos meus pequenos protegidos. A
hora do sono é a minha hora, e é preciso que visite todos esses olhinhos fechados. Ficai sabendo que o bom anjo que vela por elas
não é uma alegoria, mas uma verdade.
Fonte Revista Espírita 1860 - Abril de 1860 - Ano III - Ditados Espontâneos - O Anjo das Crianças
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