17/02/2025

A Tradição Messiânica

Capítulo 2

A tradição espiritual do mundo, em seus setores mais altos, ensina que a criação subordina-se aos seguintes princípios universais: um Criador, um Agente Executor e um Alento Animador, assim discriminados:

O princípio incriado gerante — esfera do pensamento divino abstrato.
O princípio criado criante — esfera dos agentes cósmicos criadores de mundos.
O princípio criado imanente — esfera das manifestações do espírito
divino na criação.

Nas religiões:

O primeiro princípio é Deus — o Pai Criador absoluto.
O segundo princípio — o pensamento abstrato fora de Deus
manifestado como criação pela ação dos agentes cósmicos — é o Filho.

O terceiro princípio — o pensamento divino derramado na
criação como vida, inteligência e amor — é o Espírito Santo.
Esta é a base fundamental das Trindades, imaginadas por algumas
religiões como a bramânica, a egípcia e a persa, entre outras, de onde foram copiadas, inclusive por religiões dogmáticas cristãs.

Eis as Trindades mais conhecidas:

Brama, Shiva e Vishnu
Osíris, Ísis e Orus
Ea, Istar e Tamus
Zeus, Demétrio e Dionísio
Baal, Astarté e Adonis
Orzmud, Ariman e Mitra
Voltan, Friga e Dinar

Os agentes diretos de Deus são as inteligências Divinas que animam, santificam e presidem à formação de universos e galáxias, e que, a seu turno, delegam poderes a agentes seus — os Cristos — que, como verbos divinos, corporificam seus pensamentos, executando a criação de planetas, satélites e astros em geral, dos diferentes sistemas planetários e que são os governadores espirituais desses diferentes orbes. Esta é, de forma grosseira e aproximada da realidade, a discriminação mística das tarefas de agentes divinos na criação dos mundos. Em conceito mais objetivo e científico, a criação se opera de forma algo diferente: as inteligências Divinas, como agentes diretos de Deus, corporificam e emitem ondas sucessivas de energia criadora inteligente, que se projetam nos espaços criando os átomos, germes de vida, que potenciam energias, inteligência e amor, os quais se aglomeram e multiplicam dentro de leis divinas preexistentes, formando os mundos materiais e os seres vivos.

Jesus de Nazaré, como agente da Entidade a cuja jurisdição e dependência a Terra se encontra, como mundo formado em um sistema planetário, agindo no mesmo sentido, concorreu à formação do nosso globo e de todos os seres que o habitam, passando a ser seu Governador Planetário. Na história religiosa, é o Messias — o ungido — encarnado na Palestina, a quem Pedro se referiu quando disse: “Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo”. “Cristo”, na sua significação de ungido, consagrado e “filho de Deus vivo”, no sentido de que evoluiu em mundos materiais o que, aliás, Ele mesmo o confirma quando se intitulou “O Filho do Homem”.

A mesma tradição espiritual também revela que, em determinadas
épocas, segundo as necessidades evolutivas do planeta, altos Espíritos, por si ou como enviados do Cristo, encarnaram-se nos diferentes orbes, levando às humanidades que os habitam, impulsos novos e diretrizes mais avançadas de progresso espiritual.

Segundo essa tradição o Governador Espiritual da Terra já encarnou em meio a seus habitantes várias vezes, a saber: duas na Lemúria, como Numu e Juno, com a 3 Raça-Mãe; duas na Atlântida, o berço da legendária 4 Raça, como Anfion e Antúlio, por intermédio de cujos discípulos a tradição espiritual mais antiga transferiu-se para o Mediterrâneo; uma na Pérsia, como Krisna, uma na Índia, como Buda, e uma última, como Jesus, na Palestina.

Nessas encarnações esses altos Espíritos têm vindo ora como
precursores intelectuais de conhecimentos filosóficos, científicos, religiosos e artísticos; ora como pregadores de paz e de concórdia, no encaminhamento de povos bárbaros à civilização; ora como reformadores sociais e guias religiosos.

Na Palestina veio Jesus, no ponto mais alto da revelação eternizada, como exemplificador do amor universal, a fraternidade dos homens e a paternidade de Deus, conforme o enunciado fundamental do “amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Verdadeiras no todo, ou somente em parte delas, essas tradições,
enviado do Cristo Planetário, ou encarnação deste mesmo, o certo é que esses altos missionários realizaram suas edificantes tarefas apontando diretrizes morais concordantes com a evolução humana de cada época; revelaram os mais adequados conhecimentos sobre a vida e a morte e deram à existência humana um elevado e sublime sentido espiritual, não obstante nem sempre compreendidos e aceitos; pregaram sempre as mesmas verdades
fundamentais, por mais que se tivessem colocado afastados uns dos outros, o que prova serem sequentes e progressivas as revelações espirituais.

Os conhecimentos revelados por esses magnânimos Espíritos foram conservados em vários lugares.

No oriente, pelos Flâmines, sacerdotes filiados aos cultos da antiga
Lemúria, berço das primeiras encarnações humanas em nosso globo e onde se esboçaram os rudimentos da consciência dos seres primitivos dos quais descendemos, sacerdotes esses que, com o afundamento desse continente, passaram à Índia e lá viveram, em suas montanhas e florestas, até o advento de Krisna, quando então desceram para o Ceilão, fundando ali os santuários
denominados “Torres de Silêncio”.

Extraído do livro O Redentor - Edgar Armond

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