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18/06/2025

Mediunidade aflorada - Capítulo 7


"Pois Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?". Atos — Cap. 11, v. 17

A mediunidade não pertence a uma seita religiosa. Ela é fração divina, que circula em toda a criação, fazendo entender as coisas e os espíritos. Poderemos dizer que ela constitui um canal cósmico, por onde transita a vontade do Criador.

Em se falando de Doutrina Espírita, vemos que a mediunidade se configura e chega a avantajar-se nas comunicações dos desencarnados com os encarnados. A Terra, pelas vias dos dons mediúnicos, recebe notícias do mundo espiritual através da faculdade em questão, colocando a ciência e os sábios ante um ponto de interrogação dentre suas deduções físicas, porque anuncia outro mundo, além
deste que chamamos de Planeta Terra, como revelam leis ainda ignoradas por eles. É bom que salientemos esse conceito. Mediunidade não é patrimônio de ninguém; é um dom universal distribuído a todos os espíritos, como se fossem os talentos da parábola. A mediunidade aflorada explode em luzes onde quer que seja, tanto nas hostes espíritas quanto católicas, nos meios protestantes como
maometanos, nas lides dos plebeus e no seio da nobreza. Não há força humana que a domine, porque ela é de função coletiva. Quando os primeiros cristãos, egoisticamente, pensaram que somente eles poderiam receber o Espírito Santo (comunicar-se com os espíritos), tiveram notícias de que também os gentios foram
tomados por ele, e ainda sob a regência do apóstolo Pedro, que depois teve de dar
explicações aos seus companheiros. Pois o que fizera, fizera por ordem de Cristo.

O espírito, diz o Evangelho, sopra onde quer que seja. A exuberância da mediunidade independe de exercícios físicos, como de meditações extravagantes. Ela é como surgiu nos primeiros traços biológicos, pela força de
compromissos espirituais. Comunicar-se com os espíritos mais diretamente não depende de esforços humanos, mas de tarefa divina. £ nobre acentuar que a educação dos sentimentos, a disciplina das emoções e outras variedades de arestas que a alma conseguiu aparar, certamente cooperarão melhor com o
ambiente na execução da mediunidade. Ela, com essa ajuda, toma direções seguras, cujos roteiros alcançam os ditames do amor. 

Se é do vosso costume meditar sobre os fatos, vamos a eles: lede as vidas dos grandes homens na política, dos grandes místicos, dos grandes santos e dos grandes médiuns. Não foram feitos por métodos humanos. A dificuldade de a
Doutrina Espírita avançar nos seios de outros povos, como se enraizou no Brasil, não é de comprovação física, pois ela pertence ao reino psíquico e espiritual e escapa às deduções materialistas, e só pode ser compreendida pelos que já atingiram certa profundidade na dimensão da alma. 

O médium quase sempre, é cercado pela falta de recursos financeiros, pois o ouro em abundância e a luxúria em demasia o convidam a outro roteiro, onde quase sempre é atendido, faltando deste modo os meios que o intercâmbio elevado exige. O ciúme, na área do sexo, desorienta os sentimentos, e quando
alcança a razão, empana quase todas as possibilidades de a alma se libertar,
envolvendo em turvamento a própria vida.

Alguns pensam que a mediunidade, estando ao alcance de todos, desvaloriza-se perdendo o interesse dos sábios. Responderemos: se Deus nunca errou, não poderia errar nos interesses dos próprios sábios, quando, verdadeiramente, eles interessam. E ainda mais: no trato com as leis espirituais irremovíveis, o Senhor não pede aprovação dos homens, determina o que tem ou
não de ser.

Quem não se prende com exagero a determinados grupos de estudos, pode,
com vantagem, observar a função mediúnica em todas as latitudes da vivência humana e espiritual. £ certo que devemos nos dedicar com mais atenção onde fomos chamados a servir. Como também é de nosso dever não menosprezar os outros, que julgamos os nossos paralelos. Se a água da correnteza de um fio é
a mais pura, as águas das margens fazem úrn grande serviço de caridade, ao segurar os elementos indesejados à boa saúde, para que a do meio seja potável. Nada é inútil na vida. Os anjos apareciam aos gentios, desde que esses tivessem preparo para a tarefa espiritual.

A expansão da mediunidade é sem limites, por todos os meridianos. Jesus mostrou aos Seus primeiros acompanhantes a universalidade do Cristianismo, conversando com a samaritana, protegendo a mulher adúltera e comendo com os chamados ímpios, abençoando a todos, como Pastor do grande rebanho. A mediunidade aflorada é prenúncio de grandes trabalhos e, principalmente, de renovação interior. O esforço redunda na limpeza dos canais por onde deverá passar a mensagem do Mestre a todas as criaturas.

Médiuns! Ao verdes outros médiuns em trabalhos diferentes dos vossos, não
desdenheis, pois a cada qual foram entregues pela vida talentos diferentes dos vossos. A inveja colocar-vos-á em dificuldades com a vossa própria missão. Cumpri o vosso dever, que os outros aprenderão a fazer o mesmo, pois Deus e Cristo desconhecem órfãos.

"Pois Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?."

Extraído do Livro Médiuns. 4. ed. Médium João Nunes Maia. Espírito de Miramez. Editora Espírita Cristã Fonte Viva. 1987

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