Os Espíritos atuam freqüentes vezes, à nossa revelia, sobre o nosso pensamento. Solicitam-nos a fazermos tal ou tal coisa. Cremos agir espontaneamente e não fazemos mais do que ceder a uma sugestão estranha.
Disto não se deve inferir que não somos dotados de iniciativa; longe disto: o Espírito encarnado tem sempre o seu livre arbítrio. Ele não faz, em definitivo, senão o que quer e, as mais das vezes, segue seu impulso pessoal. Para que se tenha uma idéia da maneira como se passam as coisas, é preciso representarmos nossa alma desprendida dos seus laços pela emancipação, o que sempre se dá durante o sono, haja ou não sonho, e todas as vezes que há entorpecimento dos sentidos, ocasionalmente durante a vigília. Ela entra então em comunicação com os outros Espíritos, como uma pessoa que sai de sua casa para a de um vizinho (permitam-nos a comparação familiar). Estabelece-se então entre eles uma espécie de conversação, ou, para falar mais exatamente, uma troca de pensamentos. A influência do Espírito estranho não é um constrangimento, mas uma espécie de conselho que ele dá a nossa alma, conselho que pode ser mais ou menos sensato, segundo a natureza do Espírito, e que a alma tem a liberdade de seguir ou rejeitar, mas que ela pode melhor apreciar quando não está mais sob o império das idéias que a vida de relação suscita. É por isso que se diz que a noite é boa conselheira.
Não é sempre fácil distinguir o pensamento sugerido do pensamento pessoal, pois que, habitualmente, eles se confundem. Entretanto presume-se que ele nos vem de uma fonte estranha quando é espontâneo, quando surge em nós como uma inspiração e está em oposição com a nossa maneira de ver. Nosso julgamento e nossa consciência nos fazem conhecer se ele é bom ou mau.
Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas - Capítulo II - Manifestações espíritas -
Ação oculta
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