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19/06/2025

Esquecimento do passado

Esquecimento do passado

392. Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?

“Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si.”

393. Como pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que se não lembra? Como pode aproveitar da experiência de vidas de que se esqueceu? Concebe­-se que as tribulações da existência lhe servissem de lição, se se recordasse do que as tenha podido ocasionar. Desde que, porém, disso não se recorda, cada existência é, para ele, como se fosse a primeira e eis que então está sempre a recomeçar. Como conciliar isto com a justiça de Deus?

“Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-­lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que freqüentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.”

Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores.

394. Nos mundos mais elevados do que a Terra, onde os que os habitam não se vêem premidos pelas necessidades físicas, pelas enfermidades que nos afligem, os homens compreendem que são mais felizes do que nós? Relativa é, em geral, a felicidade. Sentimo-­la, mediante comparação com um estado menos ditoso. Visto que, em suma, alguns desses mundos, se bem melhores do que o nosso, ainda não atingiram o estado de perfeição, seus habitantes devem ter motivos de desgostos, embora de gênero diverso dos nossos. Entre nós, o rico, conquanto não sofra as angústias das necessidades materiais, como o pobre, nem por isso se acha isento de tribulações, que lhe tornam amarga a vida. Pergunto então: Na situação em que se encontram, os habitantes desses mundos não se consideram tão infelizes quanto nós, na em que nos vemos, e não se lastimam da sorte, olvidados de existências inferiores que lhes sirvam de termos de comparação?

“Cabem aqui duas respostas distintas. Há mundos, entre os de que falas, cujos habitantes guardam lembrança clara e exata de suas existências passadas. Esses, compreendes, podem e sabem apreciar a felicidade de que Deus lhes permite fruir. Outros há, porém, cujos habitantes, achando­se, como dizes, em melhores condições do que vós na Terra, não deixam de experimentar grandes desgostos, até desgraças. Esses não apreciam a felicidade de que gozam, pela razão mesma de se não recordarem de um estado mais infeliz. Entretanto, se não a apreciam como homens, apreciam­-na como Espíritos.”

No esquecimento das existências anteriormente transcorridas, sobretudo quando foram amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a sabedoria divina? Nos mundos superiores, quando o recordá-­las já não constitui pesadelo, é que as vidas desgraçadas se apresentam à memória. Nos mundos inferiores, a lembrança de todas as que se tenham sofrido não agravaria as infelicidades presentes? Concluamos, pois, daí que tudo o que Deus fez é perfeito e que não nos toca criticar-­lhe as obras, nem lhe ensinar como deveria ter regulado o Universo. Gravíssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores. Em certos casos, humilhar­nos­ia sobremaneira. Em
outros nos exaltaria o orgulho, peando-­nos, em conseqüência, o livre­-arbítrio. Para nos melhorarmos, dá­nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta: a voz da consciência e os pendores instintivos. Priva­nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que, se nos recordássemos dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos recordaríamos dos dos outros homens, do que resultariam talvez os mais desastrosos efeitos para as relações sociais. Nem sempre podendo honrar­nos do nosso passado, melhor é que sobre ele um véu seja lançado. Isto concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos acerca dos mundos superiores à Terra. Nesses mundos, onde só reina o bem, a reminiscência do passado nada
tem de dolorosa. Tal a razão por que neles as criaturas se lembram da sua antecedente existência, como nos lembramos do que fizemos na véspera. Quanto à estada em mundos inferiores, não passa então, como já dissemos, de mau sonho.

395. Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores?

“Nem sempre. Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-­lo abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado.”

396. Algumas pessoas julgam ter vaga recordação de um passado desconhecido, que se lhes apresenta como a imagem fugitiva de um sonho, que em vão se tenta reter. Não há nisso simples ilusão?

“Algumas vezes, é uma impressão real; mas também, freqüentemente, não passa de mera ilusão, contra a qual precisa o homem pôr-­se em guarda, porquanto pode ser efeito de superexcitada imaginação.”

397. Nas existências corpóreas de natureza mais elevada do que a nossa, é mais clara a lembrança das anteriores?

“Sim, à medida que o corpo se torna menos material, com mais exatidão o homem se lembra do seu passado. Esta lembrança, os que habitam os mundos de ordem superior a têm mais nítida.”

398. Sendo os pendores instintivos uma reminiscência do seu passado, dar­-se­á que, pelo estudo desses pendores, seja possível ao homem conhecer as faltas que cometeu?

“Até certo ponto, assim é. Preciso se torna, porém, levar em conta a melhora que se possa ter operado no Espírito e as resoluções que ele haja tomado na erraticidade. Pode suceder que a existência atual seja muito melhor que a precedente.”

a) — Poderá também ser pior, isto é, poderá o Espírito cometer, numa existência, faltas que não praticou em a precedente?

“Depende do seu adiantamento. Se não souber triunfar das provas, possivelmente será arrastado a novas faltas, conseqüentes, então, da posição que escolheu. Mas, em geral, estas faltas denotam mais um estacionamento que uma retrogradação, porquanto o Espírito é suscetível de se adiantar ou de parar, nunca, porém, de retroceder.”

399. Sendo as vicissitudes da vida corporal expiação das faltas do passado e, ao mesmo tempo, provas com vistas ao futuro, seguir­-se­á que da natureza de tais vicissitudes se possa deduzir de que gênero foi a existência anterior?

“Muito amiúde é isso possível, pois que cada um é punido naquilo por onde pecou. Entretanto, não há que tirar daí uma regra absoluta. As tendências instintivas constituem indício mais seguro, visto que as provas por que passa o Espírito o são, tanto pelo que respeita ao passado, quanto pelo que toca ao futuro.”

Chegado ao termo que a Providência lhe assinou à vida na erraticidade, o próprio Espírito escolhe as provas a que deseja submeter-­se para apressar o seu adiantamento, isto é, escolhe meios de adiantar-­se e tais provas estão sempre em relação com as faltas que lhe cumpre expiar. Se delas triunfa, eleva-­se; se sucumbe, tem que recomeçar. O Espírito goza sempre do livre­-arbítrio. Em virtude dessa liberdade é que escolhe, quando desencarnado, as provas da vida corporal e que, quando encarnado, decide fazer ou não uma coisa e procede à escolha entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre­­-arbítrio fora reduzi-­lo à condição de máquina.

Mergulhado na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência dessas vidas, que, mesmo em certas circunstâncias, lhe podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lha fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade.

As existências futuras, essas em nenhum caso podem ser reveladas, pela razão de que dependem do modo por que o Espírito se sairá da existência atual e da escolha que ulteriormente faça.

O esquecimento das faltas praticadas não constitui obstáculo à melhoria do Espírito, porquanto, se é certo que este não se lembra delas com precisão, não menos certo é que a circunstância de as ter conhecido na erraticidade e de haver desejado repará-­las o guia por intuição e lhe dá a idéia de resistir ao mal, idéia que é a voz da consciência, tendo a secundá­-la os Espíritos superiores que o assistem, se atende às boas inspirações que lhe dão.

O homem não conhece os atos que praticou em suas existências pretéritas, mas pode sempre saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado e qual o cunho predominante do seu caráter. Bastará então julgar do que foi, não pelo que é, sim, pelas suas tendências.

As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. Depuram­-nos e elevam­-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar. 

A natureza dessas vicissitudes e das provas que sofremos também nos podem esclarecer acerca do que fomos e do que fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc.

O livro dos Espíritos - Cap VII - Da Volta do Espírito à Vida Corporal - Esquecimento do passado

De Ânimo Forte


Emmanuel

"Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação." - Paulo. (II TIMÓTEO, 1:7.)

Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.

Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.

A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.

Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?

Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.

Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.

Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?

Nesse caso. temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no mundo.

Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranqüilize e ajude a nós mesmos? como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?

Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação".

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

18/06/2025

Os cometas

Os cometas

28. Astros errantes, ainda mais do que os planetas que conservaram a denominação etimológica, os cometas serão os guias que nos
ajudarão a transpor os limites do sistema a que pertence a Terra e nos levarão às regiões longínquas da extensão sideral.

Mas, antes de explorarmos os domínios celestes, com o auxílio desses viajantes do universo, bom será demos a conhecer, tanto quanto possível, a natureza intrínseca deles e o papel que lhes cabe na economia planetária.

29. Alguns hão visto, nesses astros dotados de cabeleira, mundos nascentes, a elaborarem, no primitivo caos em que se acham, as condições de vida e de existência, que tocam em partilha às terras habitadas; outros imaginaram que esses corpos extraordinários eram mundos em estado de destruição e, para muitos, a singular aparência que têm foi motivo de apreciações errôneas acerca da natureza deles, isso a tal ponto que não houve, inclusive na astrologia judiciária, quem não os considerasse como pressagiadores de desgraças, enviados, por desígnios providenciais, à Terra, espantada e tremente.

30. A lei de variedade se aplica em tão larga escala nos trabalhos da natureza, que admira hajam os naturalistas, os astrônomos e os filósofos fabricado tantos sistemas para assimilar os cometas aos astros planetários e para somente verem neles astros em graus mais ou menos adiantados de desenvolvimento ou de caducidade. Entretanto, os quadros da natureza deveriam bastar amplamente para afastar o observador da preocupação de perquirir relações inexistentes e deixar aos cometas o papel modesto, porém, útil, de astros errantes, que servem de desbravadores dos impérios solares. Porque, os corpos celestes de que tratamos são coisa muito diversa dos corpos planetários; não têm por destinação, como estes, servir de habitação a humanidades. Eles vão sucessivamente de sóis em sóis, enriquecendo-se, às vezes, pelo caminho, de fragmentos planetários reduzidos ao estado de vapor, buscar, nos seus centros, os princípios vivificantes e renovadores que derramam sobre os mundos terrestres. (Cap. IX, item 12.)
N.E.: Nuvem luminosa de gás e poeira, de aparência tênue e brumosa, que envolve o núcleo de um astro; coma.
31. Se, quando um desses astros se aproxima do nosso pequenino globo, para lhe atravessar a órbita e voltar ao seu apogeu, situado a uma distância incomensurável do Sol, o acompanhássemos, pelo pensamento, para visitar com ele as regiões siderais, transporíamos a prodigiosa extensão de matéria etérea que separa das estrelas mais próximas o Sol e, observando os movimentos combinados desse astro, que se suporia desgarrado no deserto infinito, ainda aí encontraríamos uma prova eloquente da universalidade das leis da natureza, que atuam a distâncias que a mais ativa imaginação mal pode conceber.

Aí, a forma elíptica toma a forma parabólica e a marcha se torna tão lenta que o cometa não chega a percorrer mais que alguns metros, no mesmo em que no seu perigeu percorria muitos milhares de léguas. Talvez um sol mais poderoso, mais importante do que aquele que o
cometa acaba de deixar, exerça sobre esse cometa uma atração preponderante e o receba na categoria de seus súditos. Então, na vossa pequenina Terra, em vão as crianças admiradas lhe aguardarão o retorno, que haviam predito, baseando-se em observações incompletas. Nesse caso, nós, que pelo pensamento acompanhamos a essas regiões desconhecidas
o cometa errante, depararemos com uma nação nova, que os olhares terrenos não podem encontrar, inimaginável para os Espíritos que habitam a Terra, inconcebível mesmo para as suas mentes, porquanto ela será teatro de inexploradas maravilhas.

Chegamos ao mundo astral, nesse mundo deslumbrante dos vastos sóis que irradiam pelo espaço infinito e que são as flores brilhantes
do magnífico jardim da criação. Lá chegados, apenas saberemos o que é a Terra.

A Gênese - Capítulo VI - Uranografia geral - Os cometas 

O Anjo da Limpeza - Capítulo 45


Adélia ouvira falar em Jesus e tomara-se de tamanha paixão pelo Céu que nutria um desejo único, — ser anjo para servir ao Divino Mestre.

Para isso, a boa menina fez-se humilde e crente, e, quando se não achava na escola em contato com os livros, mantinha-se na câmara de dormir em preces fervorosas.

Cercava-se de lindas gravuras, em que os artistas do pincel lembram a passagem do Cristo entre os homens, e, em lágrimas, repetia: — “Senhor quero ser tua! Quero servir-te!…”

A mãezinha, em franca luta doméstica, embalde convidava-a aos serviços da casa. Adélia sorria, abraçava-se a ela e reafirmava o propósito de preparar-se para a companhia do Divino Amigo.

A bondosa senhora, observando que o ideal da filha só merecia louvores, deixava-a em paz com os estudos e orações de cada dia.

Meses correram sobre meses e a jovem prosseguia inalterável.

Orando sempre, suplicava ao Senhor a transformasse num anjo.

Decorridos dois anos de rogativas, sonhou, certa noite, que era visitada pelo Mestre Amoroso.

Jesus envolvia-se em vasta auréola de claridade sublime. A túnica luminosa, a cair-lhe dos ombros com graça e beleza, parecia de neve coroada de sol.

Estendendo-lhe a destra compassiva, o Cristo observou-lhe:

— Adélia, ouvi tuas súplicas e venho ao teu encontro. Desejas realmente servir-me?

— Sim, Senhor! — respondeu a pequena; inflamada de comoção jubilosa, convencida de que o Salvador a conduziria naquele mesmo instante para o Céu.

— Ouve! — tornou o Mestre, docemente.

Ansiosa de pôr-se a caminho do paraíso, a jovem replicou, reverente:

— Dize, Senhor! Estou pronta!… Leva-me contigo, sinto-me aflita para comparecer entre os que retêm a glória de servir-te no Plano celestial!…

O Cristo sorriu, bondoso, e considerou:

— Não, Adélia. Nosso Pai não te colocou inutilmente, na Terra. Temos enorme serviço neste mundo mesmo. Estimo tuas preces e teus pensamentos de amor, mas preciso de alguém que me ajude a retirar o lixo e os detritos que se amontoam, não longe de tua casa. Meninos cruéis prejudicaram a rede de esgoto, a pequena distância do teu lar. Aí se concentra perigoso foco de moléstias, ameaçando trabalhadores desprevenidos, mães devotadas e crianças incautas. Vai, minha filha! Ajuda-me a salvá-los da morte. Estarei contigo, auxiliando-te nessa meritória tarefa.

A menina preocupada quis fazer perguntas, mas o Mestre afastou-se, de leve…

Acordou sobressaltada. Era dia.

Vestiu-se à pressa e procurou a zona indicada. Corajosa, muniu-se de desinfetantes, armou-se de enxada e vassoura, pediu a contribuição materna, e o foco infeccioso foi extinto.

A discípula obediente, todavia, não parou mais.

Diariamente, ao regressar da escola, punha-se a colaborar com a mamãe, em casa, zelando também quanto lhe era possível pela higiene das vias públicas e ensinando outras crianças a serem tão cuidadosas quanto ela mesma. Tanto trabalhou e se esforçou que, certo dia, o diretor do grupo escolar lhe conferiu o título de Anjo da Limpeza. Professoras e colegas comemoraram festivamente o acontecimento.

Chegada a noite, dormiu contente e sonhou que Jesus vinha encontrá-la, de novo.

Nimbado de luz, abraçou-a, com ternura, e disse-lhe brandamente:

— Abençoada sejas, filha minha! Agora, que os próprios homens te reconhecem por benfeitora, agradeço-te os serviços que me prestas diariamente. Anjo da Limpeza na Terra, serás Anjo de Luz no Paraíso.

Em lágrimas de alegria intensa, Adélia despertou, feliz, compreendendo, cada vez mais, que a verdadeira ventura reside em colaborar com o Senhor, nos trabalhos do bem, em toda parte.

NEIO LÚCIO

(Extraído do livro "Alvorada Cristã." Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Espírito Neio Lúcio. FEB)

Vulcão entra em erupção no Monte Lewotobi Laki-Laki, na Indonésia

O vulcão no Monte Lewotobi Laki-Laki, na província de Nusa Tenggara Oriental, Indonésia

Um vulcão entrou em erupção na Indonésia, na tarde de terça-feira (17), disseram os meios de comunicação daquele país.

O vulcão no Monte Lewotobi Laki-Laki expeliu uma enorme massa de nuvem cinzenta de 11,9 quilômetros de altura, que poderia cerca vista de cidades a mais ou menos 145 quilômetros da montanha, na província de Nusa Tenggara Oriental, Indonésia.

Uma agência governamental pediu para que as pessoas se mantivessem a pelo menos 6 a 8 quilômetros de distância do vulcão.

A mesma agência alertou que uma chuva de cinzas desencadeado pela chuva poderiam ocorrer.

No ano passado, na mesma região, cerca de 10 pessoas morreram após a erupção.

Não houve relatos de vitimas ou feridos.

Por Márcio

Mediunidade aflorada - Capítulo 7


"Pois Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?". Atos — Cap. 11, v. 17

A mediunidade não pertence a uma seita religiosa. Ela é fração divina, que circula em toda a criação, fazendo entender as coisas e os espíritos. Poderemos dizer que ela constitui um canal cósmico, por onde transita a vontade do Criador.

Em se falando de Doutrina Espírita, vemos que a mediunidade se configura e chega a avantajar-se nas comunicações dos desencarnados com os encarnados. A Terra, pelas vias dos dons mediúnicos, recebe notícias do mundo espiritual através da faculdade em questão, colocando a ciência e os sábios ante um ponto de interrogação dentre suas deduções físicas, porque anuncia outro mundo, além
deste que chamamos de Planeta Terra, como revelam leis ainda ignoradas por eles. É bom que salientemos esse conceito. Mediunidade não é patrimônio de ninguém; é um dom universal distribuído a todos os espíritos, como se fossem os talentos da parábola. A mediunidade aflorada explode em luzes onde quer que seja, tanto nas hostes espíritas quanto católicas, nos meios protestantes como
maometanos, nas lides dos plebeus e no seio da nobreza. Não há força humana que a domine, porque ela é de função coletiva. Quando os primeiros cristãos, egoisticamente, pensaram que somente eles poderiam receber o Espírito Santo (comunicar-se com os espíritos), tiveram notícias de que também os gentios foram
tomados por ele, e ainda sob a regência do apóstolo Pedro, que depois teve de dar
explicações aos seus companheiros. Pois o que fizera, fizera por ordem de Cristo.

O espírito, diz o Evangelho, sopra onde quer que seja. A exuberância da mediunidade independe de exercícios físicos, como de meditações extravagantes. Ela é como surgiu nos primeiros traços biológicos, pela força de
compromissos espirituais. Comunicar-se com os espíritos mais diretamente não depende de esforços humanos, mas de tarefa divina. £ nobre acentuar que a educação dos sentimentos, a disciplina das emoções e outras variedades de arestas que a alma conseguiu aparar, certamente cooperarão melhor com o
ambiente na execução da mediunidade. Ela, com essa ajuda, toma direções seguras, cujos roteiros alcançam os ditames do amor. 

Se é do vosso costume meditar sobre os fatos, vamos a eles: lede as vidas dos grandes homens na política, dos grandes místicos, dos grandes santos e dos grandes médiuns. Não foram feitos por métodos humanos. A dificuldade de a
Doutrina Espírita avançar nos seios de outros povos, como se enraizou no Brasil, não é de comprovação física, pois ela pertence ao reino psíquico e espiritual e escapa às deduções materialistas, e só pode ser compreendida pelos que já atingiram certa profundidade na dimensão da alma. 

O médium quase sempre, é cercado pela falta de recursos financeiros, pois o ouro em abundância e a luxúria em demasia o convidam a outro roteiro, onde quase sempre é atendido, faltando deste modo os meios que o intercâmbio elevado exige. O ciúme, na área do sexo, desorienta os sentimentos, e quando
alcança a razão, empana quase todas as possibilidades de a alma se libertar,
envolvendo em turvamento a própria vida.

Alguns pensam que a mediunidade, estando ao alcance de todos, desvaloriza-se perdendo o interesse dos sábios. Responderemos: se Deus nunca errou, não poderia errar nos interesses dos próprios sábios, quando, verdadeiramente, eles interessam. E ainda mais: no trato com as leis espirituais irremovíveis, o Senhor não pede aprovação dos homens, determina o que tem ou
não de ser.

Quem não se prende com exagero a determinados grupos de estudos, pode,
com vantagem, observar a função mediúnica em todas as latitudes da vivência humana e espiritual. £ certo que devemos nos dedicar com mais atenção onde fomos chamados a servir. Como também é de nosso dever não menosprezar os outros, que julgamos os nossos paralelos. Se a água da correnteza de um fio é
a mais pura, as águas das margens fazem úrn grande serviço de caridade, ao segurar os elementos indesejados à boa saúde, para que a do meio seja potável. Nada é inútil na vida. Os anjos apareciam aos gentios, desde que esses tivessem preparo para a tarefa espiritual.

A expansão da mediunidade é sem limites, por todos os meridianos. Jesus mostrou aos Seus primeiros acompanhantes a universalidade do Cristianismo, conversando com a samaritana, protegendo a mulher adúltera e comendo com os chamados ímpios, abençoando a todos, como Pastor do grande rebanho. A mediunidade aflorada é prenúncio de grandes trabalhos e, principalmente, de renovação interior. O esforço redunda na limpeza dos canais por onde deverá passar a mensagem do Mestre a todas as criaturas.

Médiuns! Ao verdes outros médiuns em trabalhos diferentes dos vossos, não
desdenheis, pois a cada qual foram entregues pela vida talentos diferentes dos vossos. A inveja colocar-vos-á em dificuldades com a vossa própria missão. Cumpri o vosso dever, que os outros aprenderão a fazer o mesmo, pois Deus e Cristo desconhecem órfãos.

"Pois Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?."

Extraído do Livro Médiuns. 4. ed. Médium João Nunes Maia. Espírito de Miramez. Editora Espírita Cristã Fonte Viva. 1987

Afinidade


Estevina

A afinidade é “uma faixa de união” em que nos integramos uns com os outros.

XAVIER. Francisco Cândido. Dicionário da Alma. Autores Diversos. FEB. 1964

Hora Vazia


Se, por alguma circunstância, surge-te uma hora vazia, preenche-a com uma leitura salutar, ou uma conversação positiva, ou um trabalho que aguarda oportunidade para execução, ou uma ação que te proporcione prazer...

O homem, quanto mais preenche os espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o progresso.

Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus intervalos mentais, as tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos tesouros de alegria e paz.
Hora vazia, nunca!

FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 8.

17/06/2025

Tem o homem o direito de defender os bens que haja conseguido juntar peloseu trabalho?


882. Tem o homem o direito de defender os bens que haja conseguido juntar pelo seu trabalho?

“Não disse Deus: ‘Não roubarás?’ E Jesus não disse: ‘Dai a César o que é de César?’

O que, por meio do trabalho honesto, o homem junta constitui legítima propriedade  sua, que ele tem o direito de defender, porque a propriedade que resulta do trabalho é um direito natural, tão sagrado quanto o de trabalhar e de viver.

O livro dos Espíritos - Cap XI - Da lei de justiça, de amor e de caridade - Direito de Propriedade. Roubo

Os satélites

Os satélites

24. Antes que as massas planetárias houvessem atingido um grau de resfriamento, bastante a lhes operar a solidificação, massas menores,
verdadeiros glóbulos líquidos, se desprenderam de algumas no plano equatorial, plano em que é maior a força centrífuga, e, por efeito das mesmas leis, adquiriram um movimento de translação em torno do planeta que as gerou, como sucedeu a estes com relação ao astro central que lhes deu origem.

Foi assim que a Terra deu nascimento à Lua, cuja massa, menos considerável, teve que sofrer um resfriamento mais rápido. Ora, as leis e as forças que presidiram ao fato de ela se destacar do equador terreno, e o seu movimento de translação no mesmo plano, agiram de tal sorte que esse mundo, em vez de revestir a forma esferoidal, tomou a de um globo ovoide, isto é, a forma alongada de um ovo, com o centro de gravidade fixado na parte inferior.

25. As condições em que se efetuou a desagregação da Lua pouco lhe permitiram afastar-se da Terra e a constrangeram a conservar-se perpetuamente suspensa no seu firmamento, como uma figura ovoide, cujas partes mais pesadas formaram a face inferior voltada para a Terra e as partes menos densas lhe constituíram o vértice, se com essa palavra se designar a face que, do lado oposto à Terra, se eleva para o céu. É o que faz que esse astro nos apresente sempre a mesma face. Para melhor compreender-se o seu estado geológico, pode ele ser comparado a um globo de cortiça, tendo formada de chumbo a face voltada para a Terra.

Daí, duas naturezas essencialmente distintas na superfície do mundo lunar: uma, sem qualquer analogia com o nosso, porquanto lhe são desconhecidos os corpos fluidos e etéreos; a outra, leve, relativamente à Terra, pois que todas as substâncias menos densas se encaminharam para esse hemisfério. A primeira, perpetuamente voltada para a Terra, sem águas e sem atmosfera, a não ser, aqui e ali, nos limites desse hemisfério terrestre; a outra, rica de fluidos, perpetuamente oposta ao nosso mundo.
Nota de Allan Kardec: Esta teoria da Lua, nova inteiramente, explica, pela lei da gravitação, o motivo por que esse astro apresenta sempre a mesma face para a Terra. Tendo o centro de gravidade num dos pontos de sua superfície, em vez de estar no centro da esfera, e sendo, em consequência, atraído para a Terra por uma força maior do que a que atrai as partes mais leves, a Lua pode ser tida como uma dessas figuras chamadas vulgarmente joão-teimoso, que se levantam constantemente sobre a sua base, ao passo que os planetas, cujo centro de gravidade está a distâncias iguais da superfície, giram regularmente sobre o próprio eixo. Os fluidos vivificantes, gasosos ou líquidos, por virtude da sua leveza específica, se encontrariam acumulados no hemisfério superior, perenemente oposto à Terra. O hemisfério inferior, o único que vemos, seria desprovido de tais fluidos e, por isso, impróprio à vida que, entretanto, reinaria no outro. Se, pois, o hemisfério superior é habitado, seus habitantes jamais viram a Terra, a menos que excursionem pelo outro hemisfério, o que lhes seria impossível, desde que este carece das condições indispensáveis à vitalidade.

Por muito racional e científica que seja essa teoria, como ainda não foi confirmada por nenhuma observação direta, somente a título de hipótese pode ser aceita e como ideia capaz de servir de baliza à Ciência. Não se pode, porém, deixar de convir em que é a única, até o presente, que dá uma explicação satisfatória das particularidades que apresenta o globo lunar.

N.E.: A Lua é o único satélite natural da Terra. Atualmente, a teoria mais aceita para a origem da Lua surgiu em 1975, a teoria do Grande Impacto, proposta pelo Instituto de Ciências Planetárias de Tucson e pelo Instituto Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Após a análise de amostras de solo e rochas lunares coletadas pelas missões Apollo, os cientistas chegaram à conclusão que há cerca de 4.5 bilhões de anos, durante a formação da Terra, um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra, essa violenta colisão lançou material, pedaços de rocha líquida, para a órbita da Terra; a Lua teria se formado, então, a partir da condensação do material expelido por essa colisão, tendo ficado aprisionada pelo campo gravitacional da Terra.

A Lua leva o mesmo tempo (27,3 dias terrestres) para girar ao redor de seu eixo e para orbitar em volta da Terra; assim, a mesma face (o lado visível) está sempre voltada para a Terra. A quantidade da superfície que podemos ver — a fase da Lua — depende de que fração do lado visível está recebendo a luz do Sol.

Allan Kardec em suas palavras já demonstrou a necessidade da observação direta da Lua para confirmação de seus dados. Em 1959, a sonda soviética Luna 3 esteve na órbita da Lua, enviando mensagens do lado oculto, encerrando as especulações de que o campo gravitacional lunar seria mais intenso naquela face, tornando possível a existência de atmosfera e vida. Há uma dissimetria entre o lado oculto e o lado visível, uma vez que a crosta na face oculta atinge 100 quilômetros de espessura, enquanto na face visível só atinge um máximo de sessenta quilômetros.

N.E.: Em 1877, foram descobertos dois satélites de Marte: Fobos e Deimos.
26. O número e o estado dos satélites de cada planeta têm variado de acordo com as condições especiais em que eles se formaram. Alguns não deram origem a nenhum astro secundário, como se verifica com Mercúrio, Vênus e Marte,40 ao passo que outros, como a Terra, Júpiter, Saturno etc., formaram um ou vários desses astros secundários.

27. Além de seus satélites ou luas, o planeta Saturno apresenta o fenômeno especial do anel que, visto de longe, parece cercá-lo de uma como auréola branca. Essa formação é para nós uma nova prova da universalidade das leis naturais. Esse anel é, com efeito, o resultado de uma separação que se operou no equador de Saturno, ainda nos tempos primitivos, do mesmo modo que uma zona equatorial se escapou da Terra para formar o seu satélite. A diferença consiste em que o anel de Saturno se formou, em todas as suas partes, de molécu-
las homogêneas, provavelmente já em certo estado de condensação, e pode, dessa maneira, continuar o seu movimento de rotação no
mesmo sentido e em tempo quase igual ao do que anima o planeta. Se um dos pontos desse anel houvesse ficado mais denso do que outro,
uma ou muitas aglomerações de substância se teriam subitamente operado e Saturno contaria muitos satélites a mais. Desde a época da sua formação, esse anel se solidificou, do mesmo modo que os outros corpos planetários.

A Gênese - Capítulo VI - Uranografia geral - Os satélites