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Representação dos Habitantes do Mundo Invisível |
Tentemos agora, que defendemos a nossa crença na existência de seres extra-humanos, pela evocação que fizemos da analogia que deve existir entre a manifestação da vida no nosso plano físico — a Terra visível — nos planos invisíveis, quer ainda pertencentes ao nosso globo, quer às diversas cadeias de globos, quer intraplanetários — tentemos penetrar com o leitor mais além nos mistérios dessa Alma organizadora que reconhecemos precedentemente; tentemos, guiados pela analogia e pela narração dos videntes, descrever as inumeráveis células que a compõem, começando pelas REGIÕES DO MUNDO ASTRAL
Analogicamente, pode-se dizer, em princípio, que o invisível é formado, como o visível, de ambientes e de individualidades, e que uns como outros podem ser divididos em três grandes planos: o terrestre, o lunar e o solar.
Em cada um desses três planos existem forças análogas às que agem sobre o homem: forças de atração, de repulsão, de projeção, generadoras, receptoras, de adaptação e de síntese. Para que um homem pudesse compreender de visu — ensinam as tradições escritas e os Instrutores iniciados atuais — o mecanismo dessas forças seria necessário adaptar-se a um triplo desenvolvimento, para a realização do qual poucos possuem mentalidade, conhecimento e vontade suficientes; seria necessário um conhecimento perfeito dos ciclos, leis e qualidades das diversas direções das forças cósmicas.
Isso quanto ao que poderíamos chamar, em linguagem terrena, as forças da natureza. Tratando-se dos indivíduos, das entidades viventes que povoam os diversos planos do Invisível, recebem, de um modo geral, as denominações de elementais, elementares e anjos.
Os elementais são espíritos dos elementos, cujo número é incalculável. São os Saganes de Paracelso. Cada ser, cada erva, cada pedra, tem seu espírito — diz a Cabala.
Os estreitos limites do nosso trabalho não nos dão margem a longas explanações a respeito dos habitantes do mundo invisível. Basta por enquanto que o leitor saiba que eles escapam a uma nomenclatura, e que a divisão em elementais, elementares e anjos deixa muito a desejar. Não se pode, porém, em nenhum ensino, e muito principalmente neste, dizer tudo de uma vez, e para o leitor pouco familiarizado com escritos deste gênero, uma longa enumeração, acompanhada dos termos por que ela é resumida e incompletamente feita pelos escritores orientais, poderia prejudicar, em vez de esclarecer, o seu aproveitamento. Por isso seguiremos os dados fornecidos pelos cabalistas, que, atualmente, sintetizam, a nosso ver, com algumas exceções, a melhor adaptação ao nosso grau de evolução mental, dos ensinamentos da Sabedoria Esotérica.
Consultar "O Mundo Astral", de C. W. Leadbeater.
Os elementais são as manifestações, as forças plásticas, os exércitos inumeráveis da natureza: os "Shadain". Há os tristes, cinzentos, de olhos glaucos, amodorrados no seio morno das estagnações e dos pauis; há os que brincam sobre a crista irisada das vagas; os tritões, as ondinas caprichosas, amigas do homem às vezes, sempre perigosas; formas maravilhosas de paixão, cuja atração lança o homem sobre os escolhos do crime e da loucura.
Os elementais são os operários da natureza e manifestam-se nos três reinos, em todas as temperaturas, promovendo a construção e a demolição de todas as maravilhosas formas que extasiam os nossos olhares e de todas as monstruosas nuanças do horrível que nos horripilam.
Conforme o reino em que desenvolvem a sua atividade e de que são fatores invisíveis, os elementáis chamam-se :
Gnomos — espíritos da terra (dos sólidos).
Ondinas — espíritos da água (dos líquidos).
Lutins — espíritos do ar (dos etéreos).
Salamandras — espíritos do fogo (dos gasosos).
Paraçelso disse que os elementáis nascem, vivem, casam-se, procriam e morrem, mas depois do tempo de sua existência terrestre não conservam consciência; eis por que a tradição os considera mortais e por que eles aspiram, sobretudo os dois reinos inferiores, aproximarem-se do homem.
Em geral nós somos invisíveis aos elementáis, como eles o são a nós. Entretanto, eles respondem ao nosso apelo, e tornam-se, para aqueles que os evocam, protetores ou obsessores.
A Cabala chama Rouchins os elementáis machos, e Lilins os fêmeas. Os gnomos e as ondinas são governados pelo Príncipe Asmodeu; as salamandras são dirigidas por Raphael e sete ministros; os lutins, por Michael e sete ministros. Ruchiel e três ministros governam os espíritos dos ventos; Gabriel os dos trovões; Nariel os da neve. Os gnomos dos rochedos obedecem a Maktuniel; os das árvores frutíferas a Alpiel e os das outras árvores a Sachiel. Mesannabet é o rei dos ventos. Cassiel e três ministros governam os elementáis do gado. Os animais da terra e do mar vivem sob a dependência de Sanael e os pássaros sob a de Anael.
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Os elementares são esses com os quais os nossos contemporâneos acreditam entrar mais facilmente em comunicação: são as almas dos mortos. Essa comunicação com os elementares não se realiza em todas as práticas chamadas espíritas. Em geral outras são as forças e as entidades que se manifestam; às vezes, os espíritas conseguem atrair e dar momentaneamente vida aos restos astrais dos mortos, às coques, como chamam os teósofos, (corpo de matéria astral, deixado pelo espírique consegue entrar em Devachan) quando não se trata de uma criação no astral, produzida pelo pensamento do próprio evocador e dos presentes.
Entretanto, as almas dos mortos estão às vezes ligadas à terra por um desejo não satisfeito; os pais e os avós descem voluntariamente ao círculo santo do lar familiar, quando os seus descendentes o invocam com amor, e tomam-se facilmente visíveis no Espelho Mágico. Mas a vã curiosidade não deve perturbar o seu repouso e a Cabala condena como prejudicial à felicidade dos mortos qualquer tentativa de evocação que, nesse caso, só deve ser feita em condições especiais.
Entre os elementares, alguns, cujas energias terrenas foram consagradas exclusivamente a fins egoístas, tombam nas orbes malditas do satélite sombrio, o oitavo globo. Aí se oprimem os vampiros, os mágicos negros, os Irmãos Inversivos, entregues aos sofrimentos em nome da desintegração total. Aí se torna um fato a lei da morte, em seu sentido o mais rigoroso e absoluto.
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Na terceira classificação: anjos, devemos compreender entidades conscientes, superiores e não iguais ao homem, cuja evolução já não caminha ou nunca caminhou ao mesmo par da sua, embora estejam a ela sujeitas. Como seria demasiado extenso e sairia dos limites deste trabalho darmos a extensa nomenclatura das inteligências, deuses, semideuses e anjos, a cujo governo ou influência está submetido o nosso globo, reduziremo-la tanto quanto possível, nas linhas seguintes, adaptando-as às necessidades do estado com os Espelhos Mágicos. Vão em seguida os nomes das 72 inteligências superiores e dos anjos que predominam nas horas do dia e da noite.
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Como já dissemos, todas as práticas da Magia Cerimonial estão subordinadas a determinadas horas, nas quais, somente certos efeitos poderão ser obtidos.
Aqui, porém, tratamos somente de evocações na Bola de Cristal, o que, embora faça parte da Magia, não acarreta suas dificuldades e perigos.
Algumas evocações, para obtenção de respostas simples, dispensam qualquer conhecimento e observação a horas e nomes dos espíritos. As tabelas que em seguida damos, portanto, só são necessárias para o estudante que desejar aprofundar os seus estudos e conhecimentos um pouco mais fortemente, mergulhando-se nos insondáveis mistérios e nos inumeráveis modos de manifestação da Sabedoria, Divina.
Na Magia não se contam as horas como astronomicamente. Serve-se de tempo especial, que compreende 12 horas de dia e 12 horas de noite. As horas do dia começam ao levantar do sol e terminam ao pôr do sol. As horas da noite começam ao pôr do sol e terminam ao levantar.
O valor de cada uma dessas horas, chamadas planetárias, é, pois, desigual: varia cada dia. Além disso, as horas da noite não são Iguais às do dia senão nos equinócios.
(Extraído e compilado originalmente do livro "Como Adivinhar o Futuro na Bola de Cristal." A. Hernandez y Alonso. Editora ECO. Ano 1976.)
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